25 de Abril de 1974

20 de fevereiro de 2016

Viagem de Vasco da Gama (11) - O regresso

A estadia em Calecute durou perto de 3 meses, mais exatamente 101 dias (20 de maio a 29 de agosto de 1498) e não foi totalmente positiva no estabelecimento de relações com os orientais. Os muçulmanos colocaram obstáculos à expedição e Vasco da Gama não ia devidamente preparado com as mercadorias adequadas ao comércio asiático.

«Uma quarta-feira, que foram 29 dias do dito mês de agosto, visto como já tínhamos achado e descoberto o que vínhamos buscar, assim de especiaria como de pedras preciosas, e como não podíamos acabar de nos despedir da terra, com paz e amigos da gente, houve por conselho o capitão-mor com os outros capitães de nos partirmos e levarmos aqueles homens [prisioneiros] que tínhamos; porque aqueles, tornando a Calecute, fariam fazer as amizades.
E logo fizemos as velas e nos partimos caminho de Portugal, vindo todos muito ledos, por sermos tão bem aventurados de acharmos uma tão grande coisa como tínhamos achado.»

O relato da viagem de regresso é mais breve.

[13 de janeiro de 1499] «E ao domingo fomos pousar em os baixos de São Rafael, onde pusemos fogo ao navio deste nome, porquanto era coisa impossível navegarem três navios com tão pouca gente como éramos. Aqui passámos todo o fato deste navio aos outros dois que nos ficaram.»

O relato é interrompido a 25 de abril de 1499.
«E uma quinta-feira, 25 dias do mês de abril, achámos fundo de 35 braças; e todo o dia fomos por este caminho, e o menos fundo foram 20 braças; e não pudemos haver vista de terra. E os pilotos diziam que éramos nos baixos do rio Grande.»

Sabe-se que Vasco da Gama, perante o agravamento do estado de saúde do seu irmão, fez escala na ilha Terceira, nos Açores. Mas Paulo da Gama morreu pouco depois de ter sido transportado para o Convento de S. Francisco, em cuja igreja foi sepultado.

Igreja do Convento de S. Francisco
Lápide que assinala que Paulo da Gama foi sepultado naquele convento

Vasco da Gama chegaria a Lisboa 2 meses depois de Nicolau Coelho.


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